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Executivo Japonês Retorna ao Japão Após Detenção em Mianmar

- 18 de agosto de 2024

Declaração da Aeon Sobre Prisão de Kasamatsu. Empresa explica desconhecimento da mudança na lei de preços.

TÓQUIO — Um executivo japonês voltou ao Japão após mais de um mês de detenção em Mianmar por violar as regras de preços do arroz, informou sua empresa em 14 de agosto.

Hiroshi Kasamatsu, diretor do supermercado Aeon Orange em Mianmar, foi preso em 30 de junho por vender arroz a preços acima dos regulamentos oficiais. O Ministério das Relações Exteriores do Japão confirmou em 12 de agosto que Kasamatsu foi condenado por violar a lei relacionada a necessidades diárias e serviços, recebendo uma sentença de um ano de prisão e uma multa de 500.000 kyats (cerca de US$ 150).

Declaração da Empresa e Circunstâncias da Prisão

A empresa controladora de Kasamatsu, Aeon, divulgou uma declaração em 14 de agosto confirmando seu retorno ao Japão após a condenação. A empresa explicou que os varejistas em Mianmar não estavam cientes da mudança na lei sobre o preço do arroz, resultando na violação. Aeon pediu desculpas pelos problemas causados e agradeceu ao Ministério das Relações Exteriores do Japão e outros pelo apoio que permitiu o retorno seguro de Kasamatsu.

Kasamatsu foi libertado na tarde de 12 de agosto, conforme informado pelo major-general Zaw Min Tun, porta-voz do conselho militar governante de Mianmar. O Ministério das Relações Exteriores japonês afirmou que não estava claro se Kasamatsu permaneceria em Mianmar ou retornaria ao Japão, mas confirmou que ele está em boa saúde.

Contexto Econômico e Político de Mianmar

O arroz é um alimento vital em Mianmar, um país que enfrenta dificuldades para estabilizar sua economia em meio à guerra civil e aos esforços de recuperação da pandemia da COVID-19. O exército tomou o poder do governo eleito de Aung San Suu Kyi em 2021, desencadeando protestos que evoluíram para resistência armada.

Aeon Orange faz parte do grupo varejista japonês Aeon, que opera vários supermercados em Mianmar. A empresa não fez comentários imediatos sobre o incidente.

Kasamatsu foi um dos vários executivos estrangeiros presos por alegações semelhantes em Mianmar. O jornal estatal Myanmar Alin relatou no início de julho que as prisões por suposta superfaturamento do arroz — de 31% a 70% acima dos preços oficiais definidos pela Federação do Arroz de Mianmar — envolveram 62 suspeitos, 102 armazéns, 53 supermercados e hipermercados, 25 moinhos e sete outras lojas em grandes cidades.

Relações Japão-Mianmar

O Japão historicamente manteve laços amigáveis com Mianmar. Comparado a muitas nações ocidentais, o Japão adotou uma abordagem mais suave em relação ao governo militar de Mianmar, apesar de seu histórico ruim de direitos humanos e enfraquecimento da democracia. Tóquio não impôs sanções econômicas, embora não reconheça a legitimidade do atual governo e peça a restauração da democracia, além de limitar a ajuda japonesa a fins humanitários.

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