A comunidade judia da Hungria tem sido dividida com o novo museu do Holocausto que está sendo planejado em Budapeste. Há receio de que o papel dos húngaros na perseguição e deportações dos judeus que ocorreu durante a guerra seja minimizado, com essa instalação.
Viktor Orban, primeiro-ministro húngaro, planeja que a inauguração aconteça no ano que vem, como lembrança do 75º aniversário da deportação de judeus húngaros para campos de extermínio ocupada por alemães, na Polônia.
A posse do novo museu foi concedida para a Congregação Unificada dos Judeus Húngaros (EMIH), um dos três grupos judeus no país, por meio de um decreto no dia 7 de setembro. O museu será chamado de Casa dos Destinos.
Com auxílio do governo, o EMIH montará uma exibição permanente instalada em uma estação ferroviária antiga. A exibição será baseada em um projeto de Maria Schmidt, historiadora, aliada de Orban e proprietária de um semanário pró- governo.
A exposição será montará com histórias pessoais retratando o período de 1938 a 1948, enfatizando as crianças. Também haverá mostras temporárias e programas educativos no novo museu.
“O projeto do museu evita claramente tratar do papel e da responsabilidade de líderes húngaros daquela era pelo sofrimento dos judeus da nação e seu eventual abandono nas mãos da Alemanha nazista”, disse Robert Rozett, diretor de bibliotecas do Yad Vashem, no mês passado, via um comunicado.
“Fica implícito que a Hungria era na verdade uma nação de salvadores. Esta é uma falsificação grave da história.”, completou.
O rabino Slomo Koves, chefe do EMIH, declarou que o museu está aberto a sugestões de terceiros, inclusive o Yad Vashem.
Mais de meio milhão de judeus húngaros estavam entre os seis milhões de judeus assassinados na Europa durante o Holocausto.
Fonte: Reuters
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