Filme chinês sobre Unidade 731 estreia em 18 de setembro, data ligada à invasão japonesa da Manchúria, com foco nos crimes de guerra.
Um filme chinês sobre a Unidade 731 será lançado em 18 de setembro, segundo a mídia estatal. A escolha da data não é por acaso: marca o 94º aniversário do bombardeio japonês a uma ferrovia perto de Shenyang, evento que desencadeou o Incidente da Manchúria e a posterior invasão japonesa ao nordeste da China.
O que é a Unidade 731
A Unidade 731, ligada ao Exército Imperial Japonês, é historicamente conhecida por realizar experimentos de guerra biológica e química durante a Segunda Guerra Mundial. Segundo especialistas, esses testes incluíram o uso de prisioneiros de guerra como cobaias humanas para o desenvolvimento de armas como peste bubônica e cólera.
Embora o governo japonês negue ter encontrado provas definitivas dessas práticas, um julgamento de 1997 na Suprema Corte do Japão reconheceu que, no meio acadêmico, há amplo consenso sobre os experimentos mortais realizados pela unidade.
Lançamento em contexto sensível
A estreia ocorre em um momento delicado. Em julho, a China lançou outro filme sobre o massacre de Nanquim, cometido por tropas japonesas em 1937. Há temores de que essas produções reacendam sentimentos antijaponeses, ainda mais após episódios recentes de violência.
Na última semana de julho, uma mulher japonesa foi atacada com seu filho em uma estação de metrô em Suzhou. Em 2023, um menino japonês foi esfaqueado a caminho da escola em Shenzhen. Esses episódios alimentam a tensão entre os dois países.
Produção com apoio oficial
O filme teve apoio do salão-museu da Unidade 731, localizado em Harbin, e contou com colaboração de departamentos do Partido Comunista. A produção tem uma abordagem antiguerra, com foco em cidadãos comuns para denunciar os crimes cometidos no período.
A obra também se insere nas comemorações do 80º aniversário da chamada vitória chinesa na Guerra de Resistência contra a agressão japonesa entre 1937 e 1945.
Expectativa do público
Milhões de internautas chineses já demonstraram interesse no tema. A repercussão do lançamento mostra que o debate sobre o passado entre China e Japão continua vivo — e sensível — para ambos os lados.
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