O Japão, que tem leis rígidas contra o uso de maconha, deve considerar a aprovação da importação, fabricação e uso de medicamentos derivados da cannabis, sujeitos ao mesmo processo de aprovação dos produtos farmacêuticos, disse um painel do Ministério da Saúde.
Ao mesmo tempo, o país deve fazer mais para desencorajar o uso recreativo da planta, disse o comitê em suas conclusões após uma reunião na quinta-feira. A posse de cannabis é ilegal, mas não seu uso; o painel recomendou que o uso não autorizado também seja considerado crime.
Enquanto o Canadá, vários estados dos EUA e alguns países europeus descriminalizaram o uso recreativo da maconha, as penalidades por posse, cultivo e venda da substância no Japão podem levar a penas de prisão de até 10 anos. Apenas 1,4% da população já experimentou cannabis, de acordo com um estudo com dados de 2017. Celebridades pegas por posse muitas vezes se tornam notícias de primeira página.
O painel do Ministério da Saúde citou o exemplo do medicamento para epilepsia Epidiolex à base de cannabis, que o Japão permitiu testes clínicos domésticos. O painel disse que as restrições da atual Lei de Controle de Cannabis significam que, mesmo que esses tratamentos sejam aprovados no futuro pelo Ministério da Saúde, os médicos não poderão prescrevê-los.
Alguns produtos de canabidiol (CBD) já são legais no Japão, desde que sejam produzidos apenas a partir de talos ou sementes. Medicamentos ou outros produtos feitos de outras partes da planta são ilegais, mesmo que a substância psicoativa tenha sido filtrada.