O Japão revoluciona o matchmaking. Governos locais e setor privado usam tecnologia e IA para criar programas de sucesso, atraindo a Geração Z e combatendo a queda na taxa de natalidade.
Os programas de matchmaking do governo japonês estão se transformando para se conectar com a Geração Z, que nasceu entre meados dos anos 1990 e 2010. Longe dos antigos eventos em estilo de festa, as autoridades agora apostam em tecnologia e parcerias com o setor privado para combater a queda na taxa de natalidade. A mudança busca atrair um público que valoriza eficiência e está familiarizado com o mundo digital, utilizando aplicativos e até inteligência artificial.
Matchmaking para a Geração Z Uma Nova Abordagem
Governos locais, preocupados com a queda populacional, estão adotando estratégias inovadoras. Em vez de eventos tradicionais, eles contratam empresas privadas especializadas, que organizam encontros em grande escala. O foco agora é em matchmaking que utiliza a tecnologia, como aplicativos de smartphones para troca de “curtidas” e comunicação por voz. Isso permite que os participantes se sintam mais à vontade e se conectem com um maior número de pessoas de forma eficiente.
Um exemplo notável dessa tendência é o evento realizado nas Dunas de Tottori. Mais de 100 jovens usaram um aplicativo para se conectar, resultando na formação de 28 casais. Com uma taxa de sucesso de 56%, o evento superou em muito a média de 20% a 30% dos encontros tradicionais. O sucesso é atribuído à combinação de confiança gerada pela organização governamental e ao uso do conhecimento do setor privado.
O “Modelo Tottori” e sua Expansão
A abordagem da prefeitura de Tottori, impulsionada pela preocupação com a menor população do Japão, se tornou um exemplo a ser seguido. A taxa de casamento local caiu quase 30% desde a pandemia de COVID-19, o que levou a um reforço nas ações de matchmaking. A contratação de empresas privadas, uma ideia de jovens funcionários, provou ser eficaz para atender às expectativas de uma geração que busca praticidade.
O sucesso do “Modelo Tottori” já se espalha para outras cidades, como Kanazawa, que em um único evento formou 43 casais. O segredo, segundo especialistas, está na segurança que os eventos governamentais oferecem, combinada com a experiência do setor privado para criar uma experiência mais satisfatória.
O Crescimento do Matchmaking com IA
A adoção de sistemas baseados em inteligência artificial também está em alta no Japão. Pelo menos 32 prefeituras já utilizam a tecnologia para conectar pessoas. Em Tóquio, o sistema usa IA para analisar respostas a cerca de 100 perguntas sobre personalidade e valores, sugerindo parceiros compatíveis. A popularidade é tão grande que mais de 20 mil pessoas se inscreveram no programa, e 32 casais já se casaram.
Apesar da popularidade dos aplicativos privados, o governo de Ehime, pioneiro no uso de sistemas de matchmaking com IA, continua a investir na tecnologia. A confiança que os usuários depositam em um sistema administrado pelo governo é um fator crucial para o seu sucesso.
Desafios e o Futuro dos Programas
Nem todos os programas de matchmaking governamentais têm sucesso. Alguns, como os das prefeituras de Wakayama e Akitakata, foram descontinuados devido ao baixo número de casamentos ou à concorrência com aplicativos privados. A prefeitura de Akitakata, por exemplo, concluiu que seus programas eram ineficazes e, segundo uma autoridade, sentiu que era “insensível para o governo pressionar as pessoas a se casarem”.
No entanto, a tendência geral é de crescimento. O orçamento nacional destinado a esses programas mais que triplicou desde 2013, e 39 prefeituras já criaram centros de apoio ao casamento. Uma pesquisa em Tottori revelou que três em cada quatro solteiros desejam se casar, mas a maioria não encontra a pessoa certa, destacando a importância do matchmaking como uma solução para esse problema.
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