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Lançamento de Satélite Espião da Coreia do Norte Termina em Explosão

- 29 de maio de 2024

Acredita-se que uma falha no motor do foguete tenha ocasionado a explosão.

Seul, Coreia do Sul – Um foguete lançado pela Coreia do Norte para implantar seu segundo satélite espião explodiu pouco depois da decolagem na segunda-feira, informou a mídia estatal. Este revés é significativo para as ambições do líder Kim Jong Un de monitorar os EUA e a Coreia do Sul com satélites.

O lançamento fracassado ocorreu poucas horas após uma reunião trilateral entre os líderes da Coreia do Sul, China e Japão em Seul, a primeira em mais de quatro anos. É raro a Coreia do Norte realizar ações provocativas quando a China, seu principal aliado, está envolvida em diplomacia de alto nível na região.

A ONU proíbe a Coreia do Norte de realizar tais lançamentos, considerando-os como testes disfarçados de tecnologia de mísseis de longo alcance. A Agência Central de Notícias Coreana (KCNA) informou que o satélite espião foi lançado a bordo de um novo foguete do principal centro espacial do país, no noroeste. No entanto, o foguete explodiu durante a primeira fase do voo devido a um problema suspeito no motor.

A KCNA citou um vice-diretor não identificado da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial, que afirmou que a explosão pode estar relacionada à confiabilidade do motor recém-desenvolvido de oxigênio líquido-petróleo. Outras possíveis causas estão sendo investigadas.

O governo do Japão emitiu um alerta de mísseis para a província de Okinawa, instando os residentes a se abrigarem. O alerta foi suspenso posteriormente, pois a região não estava mais em perigo, informou o secretário-chefe de gabinete, Yoshimasa Hayashi.

Na segunda-feira, a Coreia do Norte notificou a guarda costeira do Japão sobre o lançamento planejado, com um aviso para ter cautela nas águas entre a Península Coreana e a China, e a leste da principal ilha filipina de Luzon, durante uma janela de lançamento de segunda-feira a 3 de junho.

A Coreia do Norte insiste que tem o direito de lançar satélites e testar mísseis. O ministro da Defesa japonês, Minoru Kihara, classificou o lançamento como “um sério desafio para o mundo inteiro”. O Ministério da Unificação da Coreia do Sul chamou o lançamento de “uma provocação que ameaça seriamente nossa segurança regional”.

Durante a reunião trilateral, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, apelou por uma ação internacional severa caso a Coreia do Norte prosseguisse com seus planos de lançamento. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, instou a Coreia do Norte a cancelar o lançamento, enquanto o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, fez comentários gerais sobre a promoção da paz e estabilidade na Península Coreana.

Alguns observadores sugerem que o lançamento do satélite no primeiro dia da janela de oito dias pode ter sido uma tentativa de perturbar a reunião Seul-Pequim-Tóquio e expressar descontentamento com a China. Kim Jong Un tem buscado fortalecer os laços com Pequim e Moscou para formar uma frente unida contra Washington, o que torna a diplomacia da China com Seul e Tóquio um desenvolvimento perturbador para Pyongyang.

Nos últimos meses, Kim tem focado na Rússia, expandindo a cooperação militar com Moscou. A China, embora tenha bloqueado esforços liderados pelos EUA para reforçar sanções contra a Coreia do Norte, tem sido menos ousada no apoio à “nova Guerra Fria” de Kim.

O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte criticou fortemente uma declaração conjunta dos líderes de China, Coreia do Sul e Japão, chamando-a de “interferência desenfreada em seus assuntos internos”. A declaração enfatizava a desnuclearização da Península Coreana.

O fracasso no lançamento é um golpe nos planos de Kim de lançar mais três satélites espiões militares em 2024, além do primeiro satélite de reconhecimento militar do país, colocado em órbita em novembro passado. O lançamento de novembro ocorreu após duas tentativas fracassadas.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul informou que detectou a trajetória de lançamento do satélite espião às 22h44 de segunda-feira. Quatro minutos depois, muitos fragmentos foram avistados nas águas.

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