O Japão reforça a política de estrangeiros no Japão com a nomeação de Kimi Onoda. Entenda o novo foco em regras rígidas e convivência ordenada.
A discussão sobre a política de estrangeiros no Japão ganha uma dimensão crucial com a designação de Kimi Onoda, Ministra da Segurança Econômica, para um novo e notável cargo: Ministra Encarregada de uma Sociedade de Coexistência Ordenada e Harmoniosa com Nacionais Estrangeiros (Minister in charge of a society of well-ordered and harmonious coexistence with foreign nationals).
A escolha de Onoda — uma japonesa nascida nos EUA e com dupla nacionalidade — para liderar essa pauta é significativa, pois ela simboliza a intersecção entre a cultura japonesa e o mundo exterior. Seu novo papel reflete diretamente as preocupações políticas levantadas durante a disputa pela liderança do PLD e nas eleições de julho, conforme discutido na matéria anterior.
⚖️ Foco na Aplicação Rigorosa das Regras
O cargo de Kimi Onoda consolida a tendência de endurecimento, focando na aplicação estrita e na revisão de sistemas. Suas principais responsabilidades nessa nova função são:
| Competência Principal | Objetivo | Conexão com a Política Nacional |
| Aplicação Rigorosa das Regras de Imigração | Fazer cumprir a lei de forma estrita contra estrangeiros que não cumprem as regras e revisar sistemas inadequados. | Endossa o discurso da ala conservadora do PLD e a demanda por “ser duro com estrangeiros que não seguem as regras”. |
| Gestão de Assuntos de Residentes Estrangeiros | Abordar as preocupações públicas relacionadas a crimes e uso indevido de sistemas sociais por uma minoria de estrangeiros, promovendo a segurança pública. | Visa restaurar a confiança pública, que, segundo Naoko Hashimoto, foi abalada pela falta de transparência e sistemas precários de convivência. |
🤝 O Contexto de “Coexistência Ordenada e Harmoniosa”
Apesar da ênfase na “Aplicação Rigorosa” e na “Segurança Pública,” o título oficial do cargo – “Coexistência Ordenada e Harmoniosa” – sugere que a política não deve ser apenas de exclusão. Em vez de simplesmente limitar a entrada, o governo está se voltando para a gestão da presença estrangeira no Japão.
A missão de Kimi Onoda, portanto, se alinha ao desafio identificado por Naoko Hashimoto:
Desafio de Políticas Públicas: Enquanto o Japão precisa de trabalhadores estrangeiros para a economia, o governo deve criar sistemas que garantam que a convivência seja ordenada (com regras claras e aplicadas) e harmoniosa (minimizando o atrito social e a xenofobia).
A atuação de Onoda será crucial para equilibrar a necessidade econômica de aceitar mais estrangeiros (que podem chegar a 10% da população até 2040) com a pressão política para manter a ordem e atender às preocupações de segurança e uso de sistemas sociais.


**Portal Mundo-Nipo**
Sucursal Japão
Jonathan Miyata é Correspondente Internacional do Canal Mundo-Nipo em Tóquio. Graduado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo e com Pós-Graduação em Estudos Asiáticos pela Universidade de Tóquio (Todai). Atua na cobertura de política, tecnologia e cultura japonesa há mais de 8 anos, com passagens pelo grupo Abril antes de integrar o Mundo-Nipo.
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