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No Japão há pessoas que ajudam seus clientes a desaparecer, acredite se quiser

- 7 de outubro de 2020

O desaparecimento de pessoas que viajam no exterior é um fato comum, na maioria dos casos não é devido a alguma causa de fatalidade, mas por simples desinteresse de manter contato com familiares e amigos de sua terra natal. Este tipo de situação é chamado de “jouhatsu” no Japão.
O significado do termo “jouhatsu” é de desaparecimento proposital, esconder o seu paradeiro, esta situação costuma permanecer por anos, ou até mesmo por décadas.

O desaparecimento proposital pode ser motivado por situação de dívidas e problemas de relacionamento social.
O sociólogo Hiroki Nakamori pesquisa o fenômeno jouhatsu há mais de dez anos, mas este termo é utilizado no Japão desde a década de 60. Muitos casos eram motivados pelo relacionamento marital desgastado, nesta época o divórcio não era algo comum, a saída era desaparecer.

“No Japão é mais fácil desaparecer” do que em outros países, diz Nakamori, a lei resguarda a privacidade de cada um, dificultando o encontro. Por incrível que se pareça, mesmo quando anunciado como desaparecido, é possível sacar dinheiro no caixa eletrônico. As pessoas não tem acesso a movimentação bancária, câmera de segurança em que seu familiar foi filmado, salvo o caso de crime ou acidente.

Uma entrevista relatou o seu caso, seu filho de 22 anos ficou desempregado duas vezes, desapareceu e nunca mais a contatou.

“Com a lei atual e sem dinheiro, tudo o que posso fazer é verificar se meu filho está no necrotério. É tudo o que me resta.”

Mesmo aqueles que optaram em deixar tudo para trás, há o sentimento de culpa.

“Tenho a sensação constante de que fiz algo errado”, diz Sugimoto, o empresário deixou esposa e filhos na pequena cidade. Não vejo meus filhos há um ano. Disse a eles que faria uma viagem de negócios.” O entrevistado vive escondido em uma região residencial de Tóquio.

No Japão há empresas que auxiliam uma pessoa que quer desaparecer, são intituladas como “mudança noturna”. A proprietária de uma empresa de nome Saita, relatou que é uma “jouhatsu” também. Sofreu violência doméstica e está desaparecida há 17 anos.

Portal Mundo-Nipo
Sucursal Japão Osaka
Harumi Matsunaga