Descubra a jornada pragmática de Lee Soo Man, fundador da SM Entertainment, e as táticas que levaram o K-pop ao topo das paradas mundiais. Leia agora.
Seul, Coreia do Sul – Lee Soo Man, o visionário por trás da expansão global do K-pop, inicialmente resistiu ao título de “Rei do K-pop”. Para ele, a alcunha soava grandiosa demais, mais adequada a um letreiro de neon no vibrante bairro de Itaewon, em Seul. Em uma recente entrevista à Associated Press, o fundador da SM Entertainment revelou sua preferência: “Perguntei a eles: ‘Não poderia ser Pai do K-pop?'”
Os produtores do documentário da Amazon Prime insistiram no título mais ousado para maximizar o impacto no público americano, e Lee, com seu reconhecido pragmatismo, cedeu. Este acordo simboliza sua abordagem ao longo de três décadas: flexibilizar táticas, mas nunca abandonar a visão central de inserir artistas sul-coreanos no mainstream global.
Reconhecimento e Legado na Indústria Musical
Como arquiteto da expansão global do K-pop, Lee Soo Man será introduzido no Hall da Fama Asiático ao lado de nomes como Yao Ming e Michelle Kwan.
A indústria sul-coreana de música deve muito ao seu sistema pioneiro:
- Treinamento Intensivo: Recrutamento de artistas ainda crianças e anos de preparação rigorosa.
- Visão de Mundo: Criação de universos ficcionais elaborados (como para EXO e aespa), antecipando narrativas visuais cinematográficas.
Apesar de ser uma figura proeminente, Lee também é controverso, com ex-artistas contestando a justiça de seus contratos, alimentando debates sobre as práticas da indústria.
Lições Custosas na Busca pelo Mainstream Americano
O caminho para o sucesso internacional foi pavimentado com tentativas e erros. Em 2009, Lee investiu cerca de 5 milhões de dólares na estreia americana de BoA com “Eat You Up”, uma das primeiras tentativas de levar o K-pop ao mercado dos EUA com produção majoritariamente ocidental.
O mercado, porém, não estava pronto. A falta de artistas asiáticos consolidados na cultura pop americana resultou no retorno de BoA para casa, uma lição que Lee considera de arrependimento duradouro.
O revés ensinou que a estratégia K-pop exigia a aquisição de talentos globais, mas com controle criativo para adaptar as músicas ao gosto mundial. Sua busca por faixas perfeitas o levou ao redor do mundo, como no caso da música que se tornaria “Dreams Come True” do SES, cuja licença ele garantiu pessoalmente com o compositor na Finlândia.
Inovação e o Futuro da Cultura Asiática
A fusão de música europeia, asiática e americana tornou-se a marca registrada do K-pop. A inovação visual com “visões de mundo” interconectadas — um universo narrativo contínuo — inspira toda a indústria, inclusive grupos como o BTS.
Lee mantém o foco no potencial asiático, visualizando a Coreia do Sul como um polo criativo internacional. Seu empreendimento mais recente, A20 MAY, testa essa visão em mercados desafiadores como a China, onde ele acredita que a cultura sul-coreana é culturalmente necessária.
Sobre os aspectos sombrios, como os suicídios de artistas de sua gravadora, Lee os atribui a comentários maliciosos online, defendendo padrões globais de verificação. Sua mensagem final é de otimismo: “O K-pop é uma nova linguagem de comunicação que transcende barreiras… o que você não pode parar é a cultura.”


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