Descubra como o grupo criminoso Kudo-kai no Japão está envelhecendo e se adaptando a novas formas de crime, como a fraude online.
O Kudo-kai, um perigoso grupo criminoso designado pelo governo japonês, não possui mais nenhum membro ativo com 20 anos ou menos, segundo reportagem do The Yomiuri Shimbun. O grupo, conhecido por sua brutalidade, está envelhecendo e se adaptando, o que tem gerado novas preocupações para as autoridades.
A Queda do Kudo-kai e a Operação Policial
A operação policial que levou à prisão do chefe do Kudo-kai, Satoru Nomura, há 11 anos, enfraqueceu significativamente o sindicato. A repressão policial intensificada e o envelhecimento natural de seus membros reduziram drasticamente o número de integrantes ativos. A polícia da província de Fukuoka informou que o número de membros caiu cerca de 70% desde 2014, passando de 490 para 150 no final do ano passado.
O grupo, que já foi o único no Japão a ser classificado como “grupo de crime organizado especialmente perigoso”, viu a idade média de seus membros subir para 55,3 anos, um aumento de 9,4 anos. Atualmente, cerca de 70% dos membros têm 50 anos ou mais. A ausência de jovens no grupo é um sintoma da crescente rejeição ao crime organizado pela nova geração. Um oficial de polícia de Fukuoka disse que os jovens não querem mais se juntar a grupos como o Kudo-kai devido às repressões e ao movimento social de combate ao crime.
A Nova Estratégia do Kudo-kai: Da Extorsão à Fraude
Apesar do enfraquecimento em suas fileiras, o Kudo-kai está mudando suas táticas. Enquanto a extorsão e a proteção já foram as principais fontes de renda, o grupo tem migrado para a fraude online, uma atividade mais moderna e lucrativa. Essa mudança o posiciona à frente de outros sindicatos do crime no Japão.
Autoridades estão preocupadas com a expansão das atividades do Kudo-kai para fora da província de Fukuoka, com relatos de operações nas províncias de Yamaguchi e Chiba. A polícia de Chiba chegou a prender um jovem de 20 anos, afiliado ao Kudo-kai, por um esquema de fraude que enganou uma mulher em Tóquio, demonstrando a crescente atuação do grupo em crimes digitais.
Ameaça Silenciosa: Os “Tokuryu”
Além da expansão geográfica, a polícia investiga a conexão do Kudo-kai com os “tokuryu”, grupos criminosos anônimos e fluidos que se comunicam e se organizam através das redes sociais. Esses grupos representam um novo desafio para as autoridades, pois são de difícil rastreamento. O jovem preso em Chiba, por exemplo, é suspeito de ser o líder de uma equipe de “receptores” para um desses grupos.
A polícia reconhece que o Kudo-kai está se tornando uma “organização militante para uma política econômica”, adaptando-se e lucrando com novas formas de crime. Essa transformação exige que as autoridades repensem suas estratégias de combate ao crime organizado no Japão.
