Mehervan Sethi não é um típico japonês, nem um não-japonês.
Seu avô imigrou da Índia para o Japão em 1952 e encontrou um novo lar em Kobe. Seu pai nasceu cerca de 10 anos depois e é cheio de histórias de como foi crescer no Japão nos anos 60 como um Indiano sique (uma religião monoteísta).
Mehervan fundou uma empresa, nascida de sua vontade de ajudar o Japão após o desastroso terremoto em 2011. Segundo ele, sua ideia inicial era criar pulseiras feitas de jeans para vendê-las e arrecadar dinheiro para a Cruz Vermelha Japonesa.
“Foi a primeira coisa a fazer com o denim (um tipo de jeans com tramas diagonais) que produzi”, recordou. “A ideia chamava-se Projeto Denim de Okayama. Saltei em um carro e fui até Okayama. Esperava que lá pudesse encontrar alguém. Lá eu conheci a pessoa certa e isso foi o nascimento de tudo.”, completou.
Seu projeto foi um sucesso, vendeu em lojas desde Londres a Nova York, ganhando força online graças as indicações de sites como o Hypebeast.
Visando algo mais que um projeto único, Sethi foi capaz de usar os relacionamentos que ele havia construído ao longo do tempo nas fábricas de denim e combinou-as com as habilidades que ele adquiriu no seu trabalho anterior, de venda de produtos online no Japão.
“Isso nunca foi algo planejado, como num site de fabricantes que tentam fazer milhões por ano”, disse com sinceridade. “Foi tudo muito orgânico”, acrescentou.
Sethi atualmente está usando sua paixão para sua indústria de cabanas japoneses e sua empresa de jeans, para tentar um futuro sustentável para o Japão e para a indústria de denim. A sua mais nova linha utiliza fio cânhamo. Ele tem desenvolvido tecidos inteligentes usando técnicas que mistura bambu e algodão. Também há outra linha de produção que utiliza matcha para tingir os fios.
Embora seu impacto possa ser pequeno, os esforços que Sethi faz por Okayama, para pressionar uma indústria mais sustentável e socialmente responsável, contribuirão para que no futuro as empresas maiores sigam seu exemplo.
“Comecei a fazer o que estou fazendo para retribuir ao Japão, sua sociedade e às pessoas, tudo o que fizeram por mim e minha família. Tudo o que precisamos fazer é fazer a coisa certa. E eu sinto que esse é o mínimo que eu posso fazer.”, declarou.