Nesta quarta-feira (23), o Congresso argentino debateu o orçamento referente a 2019. Sendo o primeiro debate orçamentário a ir para o Senado, caso ocorra aprovação pela Câmara dos Deputados, ele prevê medidas de austeridade. Enquanto o debate acontecia, um protesto foi feito em torno do prédio.
“Não ao orçamento do FMI. Não cortem o nosso futuro”, os manifestantes gritavam enquanto atacavam o prédio com pedaços de madeira e pedras. Os policiais presentes tentaram controlar os manifestantes com balas de borracha, jatos d’água e gás lacrimogêneo. O protesto foi se dispersando nas ruas próximas ao prédio após ação da polícia.
“Se aprovarem isso, vamos quebrar tudo”, gritou um manifestante se referindo ao orçamento após ação policial.
Durante o protesto, três pessoas foram feridas, e 26 foram detidas, entre eles, dois venezuelanos e um turco, quatro integrantes da organização política e social La Garganta Poderosa, e trabalhadores de empresas estatais. Roberto Baradel, líder sindical afirmou que os detidos no protesto, após se afastarem do prédio foram caçados pelos policiais.
“Mauricio Macri é o responsável, porque o povo tem prudência, paciência, mas não é manso, vai para a rua lutar por seus direitos. Ele é o responsável por colocar em risco a governabilidade de que tanto fala”, disse Juan Carlos Alderete, da Corrente Classista Combativa.
Buenos Aires tem a responsabilidade com o FMI de zerar o déficit fiscal, por um um crédito de 57,1 bilhões de dólares até o primeiro trimestre de 2020.
Com o rombo orçamentário de 3,9% no PIB em 2017, o objetivo é reduzir para 2,7% em 2018 e zerar em 2019. Para isso, Macri propôs o corte de 10 bilhões de dólares em saúde, educação, pesquisa, transporte, obras públicas e cultura. Uma resistência contra essa medida não é provável.
Em 2018, a economia da Argentina recuará 2018, acompanhada da inflação de 40,5%, de acordo com FMI.
Fonte: FRANCE PRESSE
https://www.afp.com/pt/noticia/3958/congresso-argentino-debate-orcamento-em-meio-protestos-doc-1aa3pg2