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Pai e filha morrem na travessia de rio. O que podemos aprender com esta fatalidade?

- 27 de junho de 2019

Neste dia 24 (segunda-feira), foi encontrado os corpos de pai e filha de dois anos numa tentativa frustrada em atravessar o rio Grande. O rio separa a cidade de Matamoros, no estado mexicano de Tamaulipas com a cidade texana de Brownsville nos EUA.




 

O pai, Óscar Martínez Ramírez, de 25 anos, partiu para a travessia com sua filha de dois anos, deixou para trás a esposa para atravessá-la numa segunda etapa. Conforme o relato da esposa, Tania Vanessa Ávalos, o marido pegou a menina nos braços e deixou a filha no lado oposto do rio. O marido tentava retornar para o outro lado da margem para pegar a esposa, neste momento a filha se jogou na água ao ver seu pai se afastar. O pai tentou segurá-la, mas não resistiu à forte correnteza. A mãe acompanhou o desfecho impotentemente enquanto os dois submergiam.

Muitas pessoas de etnias diversas buscam a oportunidade de uma nova vida num país de primeiro mundo, no caso da família Ramírez, buscavam melhores condições de vida nos EUA, algo que seu país, El Salvador, não os permite.

Não queremos comparar o caos econômico de El Salvador com o do Brasil, mas o fim desta família salvadorenha é semelhante aos que os nikkeis brasileiros buscam quando atravessam ao Japão.

Mas há uma grande diferença, os nikkeis brasileiros migram ao Japão de forma legal, estão sob a proteção da Lei Trabalhista do Japão.

Precisamos valorizar esta oportunidade única que nos foi concedida, honrar o nome de nossa família gerando valor como profissional, cumprir as metas pré-estabelecidas e ao final ser reconhecido como um descendente japonês de respeito.

Quando as coisas vêm de forma fácil, muitos não dão o valor merecido. Observando muitos casos existentes, há muitos descendentes que atravessaram para o outro lado do mundo e não estão aproveitando da forma devida.

Temos a forte impressão que esta família salvadorenha que sofreu esta fatalidade teria dado mais valor em poder viver e trabalhar nos EUA do que nós, que conseguimos entrar no Japão quando bem entender.

Este artigo é apenas o nosso posicionamento em relação a vida de migrante no Japão. Respeitamos muitíssimo a decisão de cada um e em nenhum momento tivemos a intenção de constranger pessoas com posicionamento diferentes ao nosso.

Fonte: Mundo-Nipo