O budismo não é originário do Japão, mas é fundamental para a unificação social, cultural e tradicional do país. O shintô está presente desde sempre na vida dos japoneses, mas só foi oficializado como religião no século XV.
Uma das diferenças básicas entre o shintô e o budismo são seus locais sagrados. O budismo possui templos e o shintô santuários.
Para diferenciá-los, os templos budistas possuem a terminação com o kanji “寺” (-ji, -tera ou -dera). Já o santuário shintô, possui a terminação -jingu (神宮) ou -jinja (神社). Tanto jingu como jinja podem ser traduzidos como santuário.
Mesmo diante de uma semelhança entre as religiões elas se diferem no que diz respeito ao comportamento e a perspectiva da vida.
O shintô é uma religião que atribui alma a tudo o que existe no plano material e imaterial. O budismo não diz nada sobre um deus criador (ainda que exista o reino dos semideuses e o reino dos deuses na roda do Samsara) e acredita que todos os seres sencientes são Buddhas.
Eles estão presos no sonho da ignorância, ou seja, a ilusão de que existe uma separação entre o “eu” e o “outro”. É por isso que o shintô olha para as tradições e as raízes. Proteger, honrar e respeitar a ancestralidade é um princípio fundamental da religião.
O budismo não possui essa relação tão forte com o passado. Por exemplo, o pensamento do presente deve se manter no presente. Como não é possível alterar o passado e o futuro, a única coisa possível é buscar o aperfeiçoamento espiritual no presente momento.
Essa é uma das principais diferenças entre as duas religiões. Uma busca inspiração no passado, enquanto a outra no agora.
Fonte: Mudo-Nipo