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Reabertura para brasileiros é esperada para dezembro de 2020, segundo os mais céticos

- 15 de junho de 2020

Os especialistas estão cada vez mais preocupados com as medidas do governo para facilitar suas restrições de entrada em meio à pandemia de coronavírus, dizendo que um aumento nas chegadas do exterior aumentará o risco de uma nova onda de infecções.

Atualmente, a proibição de entrada ligada ao coronavírus do governo abrange 110 países e uma região, com pessoas que estiveram em qualquer uma dessas áreas nas últimas duas semanas negando a entrada no Japão em princípio.

O governo está examinando maneiras de facilitar as proibições de entrada, levando em consideração vários fatores, e diminuiria as restrições por etapas, se decidisse fazê-lo, disse o ministro das Relações Exteriores Toshimitsu Motegi à Diet.

Motegi concordou com seus colegas do Vietnã, Austrália e Nova Zelândia para discutir a possibilidade de permitir novamente a viagem a quem precisa, disse ele.

De acordo com uma estimativa, no entanto, um surto em larga escala pode ocorrer em três meses se 10 pessoas infectadas entrarem no Japão diariamente. “As medidas de controle de fronteira não podem ser perfeitas”, alertou um especialista, instando o governo a tomar as medidas apropriadas, como restringir entradas.

A estimativa foi feita por especialistas, incluindo o professor da Universidade de Hokkaido, Hiroshi Nishiura, especialista em epidemiologia teórica.

Sob condições em que todos os visitantes do exterior fazem testes de PCR e são solicitados a permanecer em instalações designadas por duas semanas após a chegada ao Japão, a equipe calculou as probabilidades de uma ocorrência de um surto que exigisse a emissão de um estado de emergência – assumindo que a sensibilidade dos testes de PCR é de 70% e 80% dos visitantes cumprem a solicitação de quarentena de duas semanas.

Se 1.000 pessoas entram no Japão a partir de áreas atingidas por vírus diariamente e 10 delas estão infectadas com o vírus, a chance de ocorrer um surto em grande escala em 90 dias seria de 98,7%, segundo a estimativa. Sem a medida de quarentena, a taxa seria de 100%.

A probabilidade seria bem menor, em 35,3%, se 1 em 1.000 visitantes transmitir o vírus.

Mas a chance de um surto em grande escala aumentaria para 58,1% se duas pessoas em cada 2.000 visitantes estiverem infectadas. Da mesma forma, a taxa seria de 82,5% e 96,9% se 4 em 4.000 visitantes e 8 em 8.000 visitantes estiverem infectados com o vírus, respectivamente.

Um surto ocorrerá com maiores probabilidades se o número de visitantes infectados aumentar, disseram os especialistas.

Acredita-se que o surto de coronavírus que prejudicou o Japão desde o final de março tenha ocorrido devido a entradas de pessoas infectadas dos Estados Unidos e da Europa.

O Brasil é o novo epicentro do coronavírus no mundo, sua curva de contágio e de mortos é crescente, ao invés dos EUA. A reabertura para o Brasil é vista como indefinida, os mais céticos preveem para o mês de dezembro.

Um painel de especialistas do governo alertou que a retomada das viagens além-fronteiras pode ajudar a espalhar o vírus no Japão novamente, exigindo que o número de visitantes do exterior seja limitado por enquanto e aumentado em etapas.

“Nem todas as pessoas infectadas podem ser identificadas através de medidas de fronteira”, disse Koji Wada, professor de saúde pública da Universidade Internacional de Saúde e Bem-Estar.

“Devido às barreiras linguísticas, seria difícil para os centros de saúde locais lidar com todos os estrangeiros infectados com o vírus depois de entrar no Japão”, disse ele.

Wada também sugeriu que os sistemas de quarentena e centro de saúde do país entrariam em colapso se o número de visitantes estrangeiros aumentar drasticamente e um surto ocorrer novamente.

“O governo precisa tomar medidas adequadas se diminuir as restrições de entrada”, acrescentou Wada.

Portal Mundo-Nipo
Sucursal Japão Osaka
Harumi Matsunaga