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Rússia sinaliza retaliação após Trump dizer que o tratado nuclear será abandonado

- 23 de outubro de 2018

Segundo declaração do presidente Donald Trump, Washington deixará um tratado feito na época da Guerra Fria que acabou com classe de armas nucleares, com a justificativa de que houve violação da Rússia. Moscou alertou que adotaria medidas retaliatórias após a declaração de Trump.

O Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) foi negociado em 1987, pelo presidente americano Ronald Regan e pelo líder soviético Mikhail Gorbachev. O tratado fez com que mísseis nucleares e convencionais de curto alcance e intermediário fossem eliminados nos dois países.

“A Rússia não honrou, infelizmente, o acordo então nós vamos encerrá-lo e sair dele”, declarou Trump.

Após a declaração de Trump, Sergei Ryabkov, vice-ministro de relações exteriores russo, disse neste domingo (21) que a saída dos EUA seria uma atitude perigosa e levaria a uma retaliação técnico-militar.

A acusação dos EUA sobre violações da Rússia se referem a suspeita de que Moscou instalou e está desenvolvendo um sistema de lançamento em terra. Autoridades norte-americanas disseram que o sistema russo permite que o país lance um ataque nuclear contra a Europa rapidamente. As acusações foram negadas pela Rússia. De acordo com Trump, se a Rússia e China não interromperem o desenvolvimento, farão armas nucleares.

A China não faz parte do INF, e tem investido no desenvolvimento de mísseis convencionais. O tratado impede que os EUA tomem posse de mísseis balísticos lançados da terra e tenham alcance de 500 a 5.500 km.

Em comentários publicados pela agência estatal de notícias RIA, Ryabkov afirmou que se o tratado for abandonado pelos EUA, a Rússia irá retaliar, incluindo medidas de natureza técnico-militar, e completou que a Rússia prefere que as coisas não cheguem a esse ponto.

Ryabkov também afirmou que o tratado está sendo usado pelo governo Trump como tentativa de chantagear o Kremlin, o que deixa a segurança global em uma situação de risco. “Não vamos, claro, aceitar ultimatos ou métodos de chantagem”, disse.

Fonte: Reuters

https://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1MV0J0-OBRWD.