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Tensão nas Redes Sociais Chinesas, Incidentes Anti-Japoneses Persistem

- 22 de outubro de 2024

Escolas Japonesas na China: Mitos e Realidades. Entenda a verdade por trás das acusações de espionagem e a legislação envolvida.

PEQUIM — Mesmo após um mês do trágico incidente em que um menino japonês de 10 anos foi fatalmente esfaqueado por um cidadão chinês em Shenzhen, província de Guangdong, as redes sociais chinesas continuam repletas de postagens com teor anti-japonês.

No dia 18 de setembro, um homem chinês de 44 anos cometeu o ato violento em uma estrada próxima a uma escola japonesa. Desde então, comentários hostis em plataformas de mídia social têm sido associados a incidentes envolvendo cidadãos japoneses na China. Até o presente momento, ainda há postagens que expressam hostilidade em relação às escolas japonesas no país.

Uma reportagem chinesa, divulgada em 15 de outubro, mencionou uma fonte da mídia japonesa afirmando que a escola japonesa em Shenzhen retomou as aulas presenciais. Em resposta, surgiram comentários maliciosos e infundados nas redes sociais, com afirmações como: “Quando todas as escolas japonesas na China serão eliminadas?” e “Elas são bases para treinar espiões japoneses”. Vale ressaltar que, na China, as escolas japonesas só podem operar com a aprovação do governo local e outras autoridades, o que refuta a ideia de que sejam centros de treinamento de espiões. Além disso, a legislação chinesa exige que livros didáticos e equipes de ensino sejam supervisionados e verificados pelo governo local.

Vídeos online que incitam sentimentos anti-japoneses frequentemente acumulam um grande número de visualizações nas redes sociais chinesas, sendo utilizados para atrair atenção e engajamento. Embora as autoridades chinesas possam remover postagens desfavoráveis usando inteligência artificial, a permanência de tais conteúdos pode indicar uma tolerância governamental, permitindo que a população expresse suas frustrações.

O governo japonês já solicitou que o governo chinês reprima as postagens anti-Japão, mas há pouca expectativa de que conteúdos hostis às escolas japonesas sejam removidos.

Segundo o Prof. Ichiro Korogi, da Kanda University of International Studies, especialista em estudos chineses modernos, “o governo [chinês] tende a usar questões históricas quando as relações entre os dois países estão tensas”. Ele enfatiza a importância de que empresas e indivíduos que operam na China tomem medidas para se protegerem, sem subestimar os riscos envolvidos.

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