A Experiência Pessoal que Motivou a Mudança Vice-presidente da Trinity relata casos de insolação que levaram à nova política.
Com as temperaturas escaldantes continuando a afetar o Japão, algumas empresas estão adotando medidas ousadas para proteger seus funcionários, permitindo o trabalho remoto em dias considerados muito quentes para deslocamentos seguros. Uma dessas empresas é a Trinity, especializada em desenvolvimento e vendas de produtos para smartphones, sediada na cidade de Niiza, província de Saitama. Com cerca de 20 funcionários, a Trinity implementou uma nova política em resposta ao calor extremo. Segundo o vice-presidente Yohei Yamamoto, a empresa decidiu recomendar o trabalho remoto em dias em que a temperatura excede um certo limite para evitar casos de insolação entre seus funcionários.
“Discutimos isso internamente e decidimos implementar um sistema em que o trabalho remoto é recomendado quando as temperaturas sobem a um nível que representa risco de insolação”, afirmou Yamamoto.
A iniciativa foi motivada pela experiência pessoal de Yamamoto. “Uma manhã, vi uma senhora idosa desmaiar de insolação em frente ao nosso escritório. Poucos dias depois, um dos nossos funcionários também teve que tirar uma folga devido à insolação”, relatou ele.
A Trinity agora baseia suas recomendações de trabalho remoto no “Índice de Calor”, uma medida utilizada pelo Ministério do Meio Ambiente. Quando o índice atinge ou ultrapassa 33, o que dispara um alerta de insolação, a empresa incentiva seus funcionários a trabalharem de casa.
Essa medida não só ajudou a proteger a saúde dos funcionários, mas também aumentou a eficiência no local de trabalho. De acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, no ano passado houve 1.106 casos de insolação nos locais de trabalho, resultando em morte ou na necessidade de mais de quatro dias de folga, marcando um aumento de mais de 30% em relação ao ano anterior.
Os funcionários da Trinity expressaram sua gratidão pela nova política. “Sou muito grato por esse sistema. Como funcionário, sinto que é algo que deveríamos ter”, disse um funcionário. Outro acrescentou: “Estou cheio de gratidão. Embora eu não sinta muito o calor enquanto estou no trajeto, esperando trens ou fazendo baldeação entre linhas, o calor chega de repente e pode me fazer sentir mal.”
Yamamoto enfatizou a importância de reconhecer o calor como um desastre em potencial, semelhante a outras calamidades naturais. “Está ficando cada vez mais claro que precisamos tratar a insolação como um tipo de desastre que requer medidas proativas”, disse ele.
No final, a política não apenas protegeu a saúde dos funcionários, mas também aumentou a produtividade ao permitir que o trabalho começasse em condições ideais.
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