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A Sombria Realidade de Japoneses Vítimas de Fraudes no Sudeste Asiático

- 6 de outubro de 2025
Descubra a chocante verdade sobre japoneses forçados a aplicar golpes no Sudeste Asiático, atraídos por falsas promessas e presos em bases violentas.

Descubra a chocante verdade sobre japoneses forçados a aplicar golpes no Sudeste Asiático, atraídos por falsas promessas e presos em bases violentas.

Japoneses, em busca de oportunidades e atraídos por promessas de “alta renda” e “ganhos significativos”, têm sido aliciados para bases de fraudes no Sudeste Asiático. O que começa como uma busca por fortuna rapidamente se transforma em cativeiro, onde são forçados a realizar golpes telefônicos sob vigilância rigorosa e ameaças de violência. A polícia tem desvendado uma realidade alarmante de redes criminosas que operam com impunidade em países estrangeiros, controlando suas vítimas através do medo e da brutalidade.

Por trás dos muros: a vida em uma base de golpistas

As investigações revelam o funcionamento dessas bases de golpes. Um ex-integrante, que retornou ao Japão em janeiro, descreveu à polícia de Aichi a situação em Poipet, no Camboja: “Mais de 20 cidadãos japoneses vivem em uma base de golpistas cercada por muros. Eles aplicam golpes por telefone em um escritório.” Essa denúncia levou à repatriação e prisão de 29 japoneses, suspeitos de envolvimento em tentativas de fraude.

Essas bases são complexos habitacionais com infraestrutura que inclui lojas de conveniência, clínicas, barbearias e salões de beleza, criando uma fachada de conforto. No entanto, a realidade é outra: a liberdade é inexistente.

Vigilância constante e punições brutais

A saída da base é proibida sem autorização, e guardas armados patrulham os portões. Há relatos chocantes de leões, tigres e crocodilos sendo mantidos na base, uma tática para intimidar os prisioneiros. O sistema de golpes telefônicos é metódico e operado sob a supervisão de cidadãos chineses. Os japoneses são instruídos a se passar por diversos profissionais – desde funcionários de telecomunicações a policiais – e realizam chamadas de golpe da manhã à noite, usando smartphones.

A rotina é exaustiva, com horários fixos para acordar e dormir, e os resultados dos golpes são registrados em quadros brancos. Câmeras de vigilância monitoram os trabalhadores, que são multados por atrasos. Novatos são forçados a memorizar manuais, e reuniões diárias revisam as chamadas, buscando aprimorar as táticas de persuasão para enganar as vítimas.

A violência é uma ferramenta constante de controle. Suspeitos que falhavam nos golpes ou tentavam sair eram espancados e chutados. Relatos horríveis incluem tímpanos queimados com isqueiros de alta potência e unhas arrancadas. Um suspeito descreveu o ambiente como “mais hostil do que eu esperava”.

Dívidas e o ciclo de exploração

Muitos dos 29 suspeitos viajaram para o Camboja para saldar dívidas, atraídos pela promessa de dinheiro fácil. O recrutamento ocorria tanto pelas redes sociais quanto presencialmente, indicando a presença de recrutadores no Japão e guias no Camboja. Os envolvidos recebiam uma pequena parcela do dinheiro obtido nos golpes, com recompensas maiores para quem assumia papéis mais “difíceis”, como o de policial.

No entanto, o dinheiro era rapidamente gasto em serviços dentro da própria base, como lojas de serviços sexuais, ou destinado ao pagamento de dívidas. No momento da repatriação, a maioria não possuía dinheiro, e aqueles que tinham, possuíam quantias irrisórias, como ¥ 2.700.

Um padrão se repete em Mianmar

Casos semelhantes foram identificados na fronteira leste de Mianmar, onde japoneses também eram forçados a aplicar golpes telefônicos sob a mira da violência. Acredita-se que, caso não cumprissem cotas, não eram pagos e eram submetidos a choques com armas de eletrochoque. Assim como no Camboja, a base era cercada por arame farpado e guardas armados.

Dois indivíduos presos em Mianmar em abril, sob suspeita de fraude, haviam sido atraídos por anúncios de empregos de meio período bem remunerados. O dinheiro que recebiam era usado para despesas dentro da base, e ambos tinham menos de ¥ 10.000 no momento da prisão.

Um oficial sênior da polícia que investiga os casos no Camboja e em Mianmar resume a situação: “Para sobreviver, as pessoas precisavam usar dinheiro na base. É um sistema em que as recompensas obtidas pelos operadores das bases são devolvidas aos operadores das bases.”

Impacto nas comunidades e a luta contra o crime transnacional

Este fenômeno ressalta a vulnerabilidade de indivíduos em busca de melhores condições financeiras e a sofisticação das organizações criminosas transnacionais. A cooperação internacional é fundamental para desmantelar essas redes e proteger cidadãos de se tornarem vítimas de uma exploração brutal.

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