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Autoescolas no Japão enfrentam alta nas mensalidades por falta de instrutores

- 1 de agosto de 2025
Mensalidades das autoescolas no Japão sobem com falta de instrutores e demanda crescente entre motoristas idosos.

Mensalidades das autoescolas no Japão sobem com falta de instrutores e demanda crescente entre motoristas idosos.

As mensalidades das autoescolas no Japão estão em constante ascensão, refletindo uma realidade preocupante para quem deseja obter a carteira de habilitação no país. Nos últimos dez anos, os preços subiram cerca de 15% em média em todo o território japonês. Apenas em Tóquio, o valor médio para cursos com transmissão automática atingiu 335.078 ienes, segundo dados do Ministério de Assuntos Internos.

Esse aumento está atrelado não apenas aos custos com combustível e manutenção, mas principalmente à crescente escassez de instrutores de direção e ao impacto da mão de obra qualificada. A alta rotatividade e o envelhecimento do corpo docente forçam as escolas a reajustarem suas mensalidades para manter a qualidade do ensino.

Na província de Saitama, a Escola de Motricidade Fina Nishi-Omiya viu as mensalidades subirem 30 mil ienes desde 2015 — um acréscimo de 10%. A justificativa está no investimento em formação de instrutores e no compromisso com o retorno social à comunidade e aos profissionais da instituição.

A falta de instrutores no Japão se intensifica

Com o número de candidatos em queda e o aumento das aposentadorias entre os profissionais mais velhos, muitas instituições têm dificuldade para manter seu quadro de funcionários. Em 2023, o país contava com 30.866 instrutores certificados, uma queda de 6% em comparação com 2014. No mesmo período, o número de formandos caiu 4%, totalizando 1,528 milhão de alunos. O déficit de professores supera o de alunos, o que agrava ainda mais o cenário.

Demanda impulsionada por motoristas idosos

Outro fator que mantém a demanda estável são os cursos obrigatórios para idosos. Desde 2022, motoristas com 70 anos ou mais devem participar de aulas específicas para renovação da carteira. Acima dos 75 anos, é necessário realizar exames cognitivos e de direção.

Em resposta, escolas como a Fine Motor School passaram a oferecer programas direcionados a esse público. Apesar de garantirem renda estável, essas aulas rendem em média apenas 7.000 ienes por sessão, valor inferior ao de aulas regulares.

O futuro das autoescolas japonesas depende da valorização dos profissionais

Com o desafio de manter professores qualificados e atrair novas gerações de instrutores, as autoescolas precisam equilibrar qualidade, acessibilidade e sustentabilidade. Sem aumentos salariais compatíveis, o setor continuará enfrentando dificuldades para se manter competitivo.

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