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Crise na Daihatsu: Confiabilidade e Segurança está em Xeque

- 25 de janeiro de 2024

TÓQUIO – Uma montadora japonesa que trapaceou nos testes de segurança durante décadas disse na segunda-feira que não espera retomar o envio de carros tão cedo.

O governo japonês ordenou que uma subsidiária da Toyota interrompesse a produção de toda a sua linha depois que surgiram relatos de resultados falsos de testes de segurança no ano passado.

A Daihatsu Motor Co ignorou os testes de segurança obrigatórios, copiando dados dos testes de um lado para o outro dos carros, e usou temporizadores para garantir que os airbags disparassem nos testes, descobriu uma análise.

Nenhum acidente grave foi relatado em conexão com a trapaça, mas a notícia levantou sérias questões sobre a supervisão da Daihatsu, bem como de sua controladora corporativa, a Toyota.

Os reguladores japoneses aprovaram cinco dos modelos da empresa na sexta-feira, após mais testes, mas a liderança da empresa disse que as fábricas permanecerão fechadas enquanto espera pelos fornecedores.

“Enfrentamos um caminho muito difícil pela frente para reconquistar a confiança dos clientes em relação à segurança e proteção”, disse o gerente corporativo Keita Ide na segunda-feira, enfatizando que os clientes se sentiram traídos. Ele disse que a empresa está trabalhando em um plano para evitar trapaças no futuro.

A Daihatsu é conhecida pelos carros kei, ou automóveis leves, incluindo o popular Daihatsu Tanto “kei”, ou carro pequeno. Também produz o veículo utilitário esportivo híbrido Toyota Raize, também vendido como Daihatsu Rocky.

Uma investigação que incluiu especialistas terceirizados encontrou 174 casos de testes falsificados afetando dezenas de modelos, incluindo carros vendidos sob a placa de identificação Toyota Motor Corp. A revisão descobriu que a trapaça remonta a 30 anos.

O escândalo começou depois que um denunciante se apresentou em abril do ano passado. A Daihatsu pediu desculpas e prometeu reformas radicais em sua cultura corporativa. O presidente da Daihatsu, Soichiro Okudaira, atribuiu a trapaça à pressão sobre os trabalhadores para cumprirem prazos apertados.

A Daihatsu disse que pode haver recalls, embora nenhum tenha sido anunciado ainda. Relatos da mídia japonesa disseram que os recalls provavelmente totalizarão mais de 300 mil veículos.

O grupo Toyota já foi abalado por escândalos semelhantes antes, envolvendo a fabricante de caminhões Hino e a Toyota Industries Corp, que fabrica motores, máquinas e veículos. Isso suscitou algumas questões sobre a liderança do presidente Akio Toyoda, ex-presidente-executivo e neto do fundador da Toyota.

“Os padrões de governança do grupo Toyota estão sendo questionados”, disse em editorial o jornal Sankei, de circulação nacional. “É necessário chegar ao fundo desta questão, pois a confiança do consumidor na marca Toyota como um todo está em risco.”

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