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Descaso da Rússia com a lei de violência contra mulher permitiu que ex-marido cortasse as mãos de uma vítima

- 20 de novembro de 2018
A vítima contatou a polícia no dias antes do ataque, quando o agressor a ameaçou  com uma faca. A polícia ignorou a ocorrência.

Margarina Gracheva (26), teve suas mãos amputadas por seu marido em dezembro de 2017, em um bosque próximo a Moscou. “Ele me levou para uma floresta, um lugar isolado. E gritou: coloca suas mãos na árvore. Eu chorei, gritei, implorei para ele não me machucar. Então ele disse para eu não olhar, e começou a cortar minhas mãos”, disse Margarida.

Após a agressão, o agora, ex-marido, a levou para o hospital com a caixa onde sua mão direita estava. A mão esquerda foi encontrada perdida na floresta. Minha mão esquerda se perdeu na floresta. Mais tarde, ela foi encontrada. Estava quebrada em oito partes. A pele e as veias foram transplantadas”, relatou.

Três dias antes do crime, o ex-marido Dmitry Grachev ameaçou Margarida com uma faca em seu pescoço. Após a ameaça, ela contatou a polícia que penalizou Gravec com uma falta administrativa e encerrou o caso alegando que o caso não era importante e que o casal se resolveria.

“A princípio, pensei que algo estava estranho. A polícia classificou meu caso como uma falta administrativa e não como crime. Você bate em alguém e é apenas multado”, questionou.

A Rússia mudou o código penal em 2017, com sanção do presidente Vladimir Putin eliminando leis de punição para a violência doméstica, como dor física, hematomas, arranhões e ferimentos superficiais não serão mais crime e o agressor responderá apenas por falta administrativa. A medida resultou em protestos no país.

Na Rússia, mais de 600 mulheres são mortas dentro de casa pela violência doméstica anualmente.

Fonte: UOL

https://universa.uol.com.br/noticias/bbc/2018/11/19/meu-marido-cortou-minhas-maos-com-um-machado-a-violencia-domestica-russa.htm.