As pessoas que têm sua orientação sexual ou identidade de gênero revelada sem o seu consentimento se tornaram um problema no Japão, um país conhecido por sua cultura em que o “prego que se destaca é martelado”.
Nos últimos anos, tem havido um número crescente de casos em que uma pessoa foi expulsa por alguém em quem confia, resultando, por vezes, em que a pessoa afetada sente que precisa abandonar a escola ou trabalhar para escapar às consequências.
Nos casos mais trágicos, os passeios afetaram o bem-estar das vítimas, fazendo com que alguns sofressem com problemas de saúde mental ou até mesmo tirassem a própria vida. Especialistas argumentam que tais intrusões maliciosas ou descuidadas na vida pessoal de alguém deveriam ser consideradas motivos discriminatórios e possíveis para acusações criminais.
Em junho de 2015, um estudante de graduação de 25 anos da faculdade de direito da Universidade Hitotsubashi foi considerado gay por um colega. A vítima teve seu segredo revelado a um grupo de nove colegas em um aplicativo de mensagens.
“É impossível para mim esconder o fato de que você é gay”, escreveu o colega de classe ao grupo. Apenas dois meses antes, o estudante tinha saído com o colega e expressou sentimentos amorosos em relação a ele.
Depois que ele foi revelado, o estudante sentiu a necessidade de visitar uma clínica especializada em transtornos psicossomáticos. Então, em agosto, ele enviou uma mensagem ao grupo, dizendo que ele não pode se ver convivendo no mesmo círculo profissional que a pessoa que o divulgou e ele “não pode mais ver isso como uma profissão ideal”. Mais tarde ele morreu ao cair de um prédio da universidade em um aparente suicídio.
Os pais da estudante processaram tanto o colega como a universidade por danos, alegando que a universidade não respondeu adequadamente à provação do filho. Embora um acordo tenha sido alcançado com o colega de classe, o Tribunal Distrital de Tóquio rejeitou a reivindicação dos pais contra a universidade em fevereiro. A família está apelando do caso.
“Entregar alguém destrói as relações humanas”, disse o advogado dos pais, Kazuyuki Minami, em entrevista coletiva após o veredicto.
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