Esta quarta-feira, 1º de março, marca a passagem de 69 anos que um barco japonês de pesca de atum foi exposto à radiação proveniente de um teste de bomba de hidrogênio feito pelos Estados Unidos no Atol de Bikini, que faz parte das Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico. Pessoas tomaram as ruas na cidade de Yaizu, na província de Shizuoka, região central do Japão, pedindo a abolição de armas nucleares.
A embarcação, batizada Daigo Fukuryu Maru, era baseada no porto da cidade, mas foi contaminada por detritos radioativos do teste nuclear em 1º de março de 1954, quando navegava pelo sul do Oceano Pacífico. A equipe de 23 tripulantes foi exposta à radiação.
Mais de 700 pessoas de todo o Japão participaram da manifestação na cidade, realizada pela primeira vez em quatro anos, após suspensões devido à pandemia de Covid-19.
Os participantes marcharam por cerca de 2 quilômetros rumo ao túmulo de Kuboyama Aikichi, um dos tripulantes. Kuboyama morreu seis meses depois do incidente. Os manifestantes rezaram pela paz em frente ao túmulo.
O líder da associação que assinala o marco do incidente, Yamamoto Yoshihiko, disse que o presidente russo Vladimir Putin faz uso de ameaças nucleares e tenta justificar a invasão da Ucrânia. Disse que Putin deveria encarar honestamente a vontade de Kuboyama de que não haja, jamais, nenhuma vítima de bombas atômicas ou de hidrogênio.