O foguete H3 de próxima geração do Japão falhou após a decolagem na terça-feira, com a agência espacial emitindo um comando de autodestruição após concluir que a missão não teve sucesso.
A falha é um grande golpe para a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, que classificou o foguete como um novo carro-chefe flexível e econômico.
O foguete H3 de 57 metros de altura decolou do Centro Espacial Tanegashima da JAXA, após um lançamento abortado no mês passado.
Mas, ao chegar ao espaço, o motor de segundo estágio do foguete falhou, forçando os oficiais da missão a destruir manualmente o veículo.
“Foi decidido que o foguete não poderia completar sua missão, então o comando de destruição foi enviado”, disse um comentarista da transmissão de lançamento da JAXA. “Então, o que aconteceu? É algo que teremos que investigar olhando para todos os dados.”
“Ao contrário do cancelamento e adiamento anteriores, desta vez foi um fracasso total”, disse Hirotaka Watanabe, professor da Universidade de Osaka com experiência em política espacial.
“Isso terá um sério impacto na futura política espacial do Japão, nos negócios espaciais e na competitividade tecnológica”, acrescentou.
O H3 carregava o ALOS-3, um satélite de observação terrestre de gerenciamento de desastres que também era equipado com um sensor infravermelho experimental projetado para detectar lançamentos de mísseis balísticos norte-coreanos.
As ações da Mitsubishi Heavy Industries, construtora do H3, caíram 1,8% nas negociações da manhã.
Alimentado por um novo motor mais simples e de baixo custo que inclui peças impressas em 3D, o H3 foi projetado para elevar satélites governamentais e comerciais à órbita da Terra. Também significava transportar suprimentos para a Estação Espacial Internacional.
Como parte do aprofundamento da cooperação do Japão com os Estados Unidos no espaço, ele acabará transportando carga para a estação espacial lunar Gateway, que a NASA planeja construir como parte de seu programa para devolver as pessoas à lua, incluindo astronautas japoneses.
O foguete H3 foi desenvolvido para lançamentos comerciais mais frequentes, bem como melhor eficiência de custo e confiabilidade e foi apontado como um possível concorrente do Falcon 9 da Space X.
A falha de terça-feira marca outro golpe para a JAXA, cujo foguete menor Epsilon-6 foi ordenado a se autodestruir minutos após a decolagem em outubro do ano passado, quando se desviou de sua trajetória pretendida.
O H3 é a primeira reformulação do principal veículo de lançamento do país em cerca de 20 anos, que substituirá seu confiável foguete H2A. Apesar das grandes esperanças de que o novo foguete daria ao Japão uma posição no negócio cada vez mais competitivo de lançamento de satélites, seu desenvolvimento foi prejudicado por uma série de atrasos.
Com 5 bilhões de ienes (US$ 37 milhões), o foguete H3 tem cerca de metade do custo de seu antecessor, mas tem 1,3 vezes a capacidade de lançamento de satélites.
O Japão espera aumentar os pedidos de lançamentos de satélites de clientes domésticos e internacionais, promovendo a taxa de sucesso de 97,8% do foguete H2A, que falhou apenas uma vez em 46 lançamentos desde sua introdução em 2001.
