Tomino no Jigoku, é um poema o qual faz parte de uma lenda urbana japonesa tenebrosa, na qual acredita-se que o poema deve ser lido mentalmente, nunca em voz alta. Quem o pronunciar em voz alta terá uma morte horrível ou se ferir gravemente.
O poema foi escrito por Yomota Inuhiko, em um livro cujo nome pode ser traduzido para “O coração é como uma pedra rolante”, contudo, o poema só ficou famoso depois de ser incluída na vigésima-sétima coleção de poemas de Saizo Yaso, em 1919.
Dizem as más línguas que um locutor do distrito de Fukuoka tentou ler o poema no seu programa rádio, mas acabou passando mal durante a leitura e ferindo sua cabeça. Contudo, até hoje ele nega que o poema tenha relação com o ocorrido.
Confira a profana lenda de Tomino no Jigoku
O Infeno de Tomino
Ane wa chi wo haku, imoto wa hibaku,
A irmã mais velha vomitava sangue, a irmã mais nova vomitava fogo,
Kawaii tomino wa tama wo haku.
E a doce Tomino vomitava contas de vidro.
Hitori jigoku ni ochiyuku tomino,
Tomino caiu no inferno sozinha,
Jigoku kurayami hana mo naki.
O inferno está envolvido em trevas, e nem mesmo as plantas crescem.
Muchi de tataku wa tomino no ane ka,
É a irmã mais velha de Tomino que a açoita,
Muchi no shubusa ga ki ni kakaru.
O número de vergões vermelhos é alarmante.
Tatakeya tatakiyare tatakazu totemo,
Açoitando e açoitando mas ainda assim sem açoitar,
Mugen jigoku wa hitotsu michi.
O único caminho de um inferno infinito.
Kurai jigoku e anai wo tanomu,
Implore por orientação na escuridao do inferno,
Ne no hitsuji ni, uguisu ni.
Para a ovelha dourada, para o rouxinol.
Kawa no fukuro niya ikura hodo ireyo,
Carregue o máximo que puder na bolsa de couro,
Mugen jigoku no tabijitaku.
Prepare-se para a jornada em um inferno familiar.
Haru ga kite soro hayashi ni tani ni,
A primavera está chegando nos bosques e nos córregos,
Kurai jigoku tani nana magari.
Até mesmo nos sete vales sombrios do inferno.
Kago niya uguisu, kuruma niya hitsuji,
Há um rouxinol na gaiola, no carrinho há uma ovelha,
Lawaii tomino no me niya namida.
Lágrimas nos olhos da doce Tomino.
Nakeyo, uguisu, hayashi no ame ni,
Chore, rouxinol, para o bosque chuvoso,
Mouto koishi to koe kagiri.
Expressando a falta que sente da sua irmã.
Nakeba kodama ga jigoku ni hibiki,
Seu choro ecoa através do inferno,
Kitsune botan no hana ga saku.
Uma peônia-raposa desabrocha.
Jigoku nanayama nanatani meguru,
Circulando as sete montanhas e os sete vales do inferno,
Kawaii Tomino no hitoritabi.
A jornada solitária da doce Tomino.
Jigoku gozaraba mote kite tamore,
Se eles estão no inferno, traga-os para mim,
Hari no oyama no tomehari wo.
Os espinhos de punição vindos da montanha de agulhas.
Akai tomehari date ni wa sasanu,
Eu não tocarei neles, por eles serão postes infernais,
Kawaii Tomino no mejirushini.
Como um sinal para a pequena Tomino.
Fonte: Caverna do Byte