O primeiro-ministro Fumio Kishida enviou na terça-feira uma oferenda ao Santuário Yasukuni – Tóquio (Yasukuni Jinjya), aonde descansam cinzas de combatentes japoneses e criminosos de guerra, visto por alguns dos vizinhos asiáticos do Japão como um símbolo do passado militarismo do país.
Kishida enviou a oferenda de masakaki no primeiro dia do rito semestral, mas o moderado provavelmente se absterá de uma visita pessoal durante o evento de três dias, como tem feito desde que assumiu o cargo em outubro de 2021, disseram pessoas próximas a ele.
Yoshitaka Shindo, ministro responsável pela revitalização econômica, e a ministra da segurança econômica, Sanae Takaichi, conhecida pelas suas opiniões agressivas sobre as relações exteriores, visitaram o santuário na manhã de terça-feira.
Shindo, que assumiu o seu cargo atual numa remodelação do Gabinete em setembro, disse aos jornalistas: “Prestei os meus respeitos aos espíritos daqueles que desempenharam funções importantes para o país e para as suas famílias”.
O rito ocorre num momento em que os laços sino-japoneses se tornam tensos devido à libertação de água radioativa tratada da central nuclear de Fukushima paralisada no mar desde agosto, enquanto as relações bilaterais entre Tóquio e Seul têm melhorado devido aos interesses recíproco de se proteger da China.
O Santuário Yasukuni tem sido uma fonte de atritos diplomáticos com a China e a Coreia do Sul, já que os líderes do exército japonêso durante a guerra, foram condenados como criminosos de guerra num tribunal internacional pós-Segunda Guerra Mundial, e as cinzas estão entre os mais de 2,4 milhões de mortos de guerra.
Visitas anteriores de primeiros-ministros japoneses, incluindo o ex-líder assassinado Shinzo Abe, conhecido como um político agressivo, e de legisladores atraíram reações da China e da Coreia do Sul, onde as memórias das ações do Japão durante a guerra são profundas.
O Japão ocupou uma vasta área da China no final da guerra e governou a Península Coreana de 1910 a 1945.
Na segunda-feira, o ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura, que pertence a uma facção conservadora do Partido Liberal Democrata, anteriormente liderado por Abe, visitou o santuário antes do último festival.
Para irritar Pequim e Seul, os recentes primeiros-ministros enviaram oferendas ao santuário na época dos seus festivais semestrais na primavera e no outono, bem como no aniversário da rendição do Japão, em 15 de agosto.
Em 1978, o Santuário Yasukuni adicionou 14 criminosos de guerra Classe A, como o primeiro-ministro do tempo de guerra, general Hideki Tojo, às divindades consagradas, gerando polêmica no país e no exterior. Tojo foi executado por enforcamento por crimes contra a paz.
O ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura, visitou o Santuário Yasukuni, em Tóquio, ligado à guerra, na segunda-feira, um dia antes do festival de outono.
Depois de fazer orações no santuário, que homenageia criminosos de guerra condenados juntamente com os mortos na guerra, Nishimura disse aos repórteres que fez uma oferenda ritual, paga do seu próprio bolso.
“Rezei para que os espíritos daqueles que morreram na guerra descansem em paz, tendo o país e as famílias em mente”, disse o ministro da Economia, Comércio e Indústria.
As visitas anteriores de líderes e legisladores japoneses ao santuário xintoísta irritaram os vizinhos asiáticos do Japão, visto que o veem como um símbolo do passado militarismo do país.
Numa aparente tentativa de evitar o confronto com a China e a Coreia do Sul, os recentes primeiros-ministros japoneses apenas enviaram oferendas ao santuário para os seus festivais semestrais na primavera e no outono, bem como no aniversário da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, em 15 de agosto.
Portal Mundo-Nipo
Sucursal Japão – Tóquio
Jonathan Miyata