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Saiba como a China reescreveu a 2a. Guerra

- 29 de dezembro de 2025
Entenda como a disputa pela narrativa da Segunda Guerra Mundial entre China e Japão está redesenhando o poder e a segurança na Ásia atualmente.

Entenda como a disputa pela narrativa da Segunda Guerra Mundial entre China e Japão está redesenhando o poder e a segurança na Ásia atualmente.

A China está mudando a narrativa global sobre a Segunda Guerra Mundial para expandir seu poder atual. Recentemente, Pequim realizou desfiles militares imponentes na Praça Tiananmen. O evento celebrou o 80º aniversário do fim do conflito global. No entanto, a mensagem foi além da simples comemoração histórica. O governo chinês busca agora um papel central na vitória contra o Japão imperial. Além disso, Xi Jinping reforça que a China foi protagonista na derrota do fascismo.

O uso político da narrativa histórica

A interpretação da Segunda Guerra Mundial serve como ferramenta diplomática para Pequim. Em conversas com líderes mundiais, a China destaca seus sacrifícios passados. O objetivo implícito é pintar o Japão como um eterno agressor histórico. Essa retórica ganha força após o Japão sugerir intervenções militares em Taiwan. Como resultado, a história vira uma arma para moldar a opinião pública internacional hoje.

Disputas por memória e influência

Atualmente, o mundo ocidental domina a versão oficial sobre o fim do conflito. Essa narrativa prioriza a democracia liberal e o livre mercado. No entanto, países como a China e a Rússia exigem maior reconhecimento. A China alega ter perdido 20 milhões de vidas durante a ocupação. Por exemplo, Pequim associa sua luta passada à busca pela reunificação de Taiwan.


O impacto na ordem internacional moderna

O equilíbrio de poder global está passando por transformações profundas e rápidas. O historiador Antony Beevor afirma que as histórias nacionais nunca foram reconciliadas. Por essa razão, a competição por qual versão histórica prevalece está aumentando. A identidade do Japão no pós-guerra foi moldada por uma postura pacifista obrigatória. Agora, o país debate se deve abandonar esse modelo de defesa limitado.

Consequências para a segurança regional

A China utiliza a história para questionar a soberania e o rearme japonês. Além disso, a Rússia usa termos como “desnazificação” para justificar ações na Ucrânia. Essas referências constantes mostram que o passado ainda dita as regras do presente. Em conclusão, as lições da Segunda Guerra Mundial continuam definindo as fronteiras do poder mundial.

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Autor

**Portal Mundo-Nipo**
Sucursal Japão

Jonathan Miyata é Correspondente Internacional do Canal Mundo-Nipo em Tóquio. Graduado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo e com Pós-Graduação em Estudos Asiáticos pela Universidade de Tóquio (Todai). Atua na cobertura de política, tecnologia e cultura japonesa há mais de 8 anos, com passagens pelo grupo Abril antes de integrar o Mundo-Nipo.

Reportagem: Esta é uma descrição de eventos e ocorrências cujo conteúdo é rigorosamente fundamentado em dados e fatos. As informações são verificadas por meio da observação direta do repórter ou mediante consulta a fontes jornalísticas consideradas idôneas e confiáveis.

Fonte: BBC News, The Guardian, Al Jazeera, Reuters, Foreign Affairs

Edição e publicação responsável: Mundo-Nipo Notícias

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