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Saiba quanto ganha uma hostess no Japão

- 22 de dezembro de 2025
Descubra os rendimentos e as regras legais da vida noturna no Japão para brasileiras. Saiba como o visto influencia o trabalho em clubes e bares.

Descubra os rendimentos e as regras legais da vida noturna no Japão para brasileiras. Saiba como o visto influencia o trabalho em clubes e bares.

O universo da vida noturna no Japão, embora glamourizado por mangás e doramas, é um setor complexo que atrai muitas jovens brasileiras (especialmente descendentes de 2ª e 3ª gerações) em busca de rendimentos superiores aos das fábricas.

Abaixo, detalho o funcionamento desse mercado, os ganhos estimados e as implicações legais.


1. Tipos de Estabelecimentos e Renda Estimada

A remuneração na noite japonesa não é fixa; ela depende da localização (Tóquio e Osaka pagam mais), da aparência da profissional, do nível de japonês e, principalmente, da capacidade de fidelizar clientes.

Tipo de EstabelecimentoTipo de TrabalhoRenda Mensal Estimada
Snack BarLocais pequenos, ambiente familiar. A “ajudante” serve bebidas e canta karaokê.¥180.000 a ¥250.000
KyabakuráClubes de acompanhantes (Hostess). Foco em conversa e servir bebidas.¥300.000 a ¥600.000+
Club Estabelecimentos de alto nível (Ex: Ginza). Exigem etiqueta e japonês fluente.¥600.000 a ¥1.000.000+
Girl’s BarBalcão estilo bar. Menor pressão por metas, mas ganha-se menos.¥200.000 a ¥300.000

Nota: A base salarial costuma ser por hora (entre ¥2.500 a ¥6.000), mas o “grosso” do dinheiro vem das comissões (back) sobre bebidas caras, garrafas abertas e clientes que pedem para ser atendidos especificamente por você (nominee).


2. É um serviço legal? Impacto no Visto

Essa é a questão mais crítica para brasileiras no Japão. A legalidade depende inteiramente do seu Status de Residência:

  • Vistos de Cônjuge, Residente de Longa Duração (Teijusha) ou Permanente: Têm liberdade total de trabalho. Podem trabalhar na noite sem restrições legais perante a imigração e renovar o visto normalmente, desde que paguem seus impostos e o seguro nacional.
  • Vistos de Estudante ou Dependentes: Podem trabalhar até 28h semanais, MAS são estritamente proibidos de trabalhar em qualquer local de “entretenimento adulto” (Fueho), o que inclui snacks e kyabakuras. Desobedecer essa regra resulta em deportação.
  • Visto de Trabalho (Engenheiro, Especialista, etc.): São proibidos de exercer atividades fora da sua categoria profissional. Trabalhar na noite pode causar a negação da renovação do visto.

3. As Dificuldades e Riscos

Embora o retorno financeiro seja rápido, o custo psicológico e físico é elevado:

  • Consumo de Álcool: É parte do trabalho beber com o cliente. Isso pode levar a problemas de saúde a longo prazo e dependência.
  • Gestão de Clientes: Fora do horário de trabalho, as mulheres precisam trocar mensagens e “mimar” os clientes para garantir que eles voltem, o que apaga a linha entre vida privada e profissional.
  • Invisibilidade Social: Apesar de lucrativo, o trabalho ainda carrega um estigma na sociedade japonesa conservadora, o que pode dificultar a transição para empregos “comuns” no futuro.
  • Assédio e Segurança: Embora a prostituição seja proibida e esses clubes tenham regras rígidas contra o toque, situações de assédio verbal ou pressão para encontros fora do clube (dohan) são comuns.

Próximos Passos

Se você está considerando esse caminho, o ideal é verificar se o estabelecimento possui a licença de funcionamento correta e como eles lidam com a declaração de impostos.

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Autor

**Portal Mundo-Nipo**
Sucursal Japão

Jonathan Miyata é Correspondente Internacional do Canal Mundo-Nipo em Tóquio. Graduado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo e com Pós-Graduação em Estudos Asiáticos pela Universidade de Tóquio (Todai). Atua na cobertura de política, tecnologia e cultura japonesa há mais de 8 anos, com passagens pelo grupo Abril antes de integrar o Mundo-Nipo.

Reportagem: Esta é uma descrição de eventos e ocorrências cujo conteúdo é rigorosamente fundamentado em dados e fatos. As informações são verificadas por meio da observação direta do repórter ou mediante consulta a fontes jornalísticas consideradas idôneas e confiáveis.

Fonte: Ministério da Justiça do Japão, Yahoo News Japan.

Edição e publicação responsável: Mundo-Nipo Notícias

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