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Salário mínimo no Japão tem aumento histórico impulsionado por pressão política e inflação

- 26 de agosto de 2025
Ryosei Akazawa (à esquerda), ministro da Revitalização Econômica, encontra-se com o governador de Aichi, Hideaki Omura, em Nagoya, em 19 de agosto, para pedir um aumento do salário mínimo. (Meiko Kawanishi)

Salário mínimo no Japão supera diretrizes nacionais com aumentos recordes e forte influência política. Entenda os impactos e decisões regionais.

O salário mínimo no Japão está passando por uma transformação histórica, com aumentos que superam as diretrizes nacionais em diversas províncias. A inflação elevada e a pressão política têm sido fatores decisivos nesse cenário, refletindo uma mudança significativa na política salarial do país.

Aumentos acima das diretrizes nacionais

Até 21 de agosto, 21 das 28 prefeituras japonesas que finalizaram suas decisões recomendaram aumentos superiores às diretrizes estabelecidas pelo Conselho Central de Salários Mínimos. A província de Wakayama aprovou um acréscimo de 65 ienes por hora, enquanto Gifu optou por 64 ienes. Tottori foi ainda mais longe, com um aumento de 73 ienes, elevando o salário mínimo local para 1.030 ienes.

Diretrizes nacionais e impacto regional

Em 4 de agosto, o conselho central propôs um aumento médio nacional de 63 ienes, elevando o salário mínimo para 1.118 ienes — o maior reajuste da história. Se todas as prefeituras seguirem essa orientação, o valor ultrapassará 1.000 ienes em todo o país pela primeira vez.

Influência política nas decisões salariais

O governo do primeiro-ministro Shigeru Ishiba tem atuado diretamente para alcançar a meta de 1.500 ienes durante a década de 2020. O ministro Ryosei Akazawa, defensor dos aumentos, visitou governadores e participou de reuniões estratégicas, como em Fukuoka e Aichi, para incentivar reajustes acima das diretrizes.

Apesar da pressão, alguns conselhos regionais reafirmaram sua independência. Em Fukuoka, o presidente do conselho destacou a importância de decisões baseadas em dados objetivos. A recomendação final foi de 65 ienes, superando a diretriz por 2 ienes — a maior margem da década.

Reações e desafios locais

Em Aichi, o governador Hideaki Omura reconheceu a intenção do governo, mas o conselho regional manteve o aumento em 63 ienes, alinhado à diretriz. A fuga de mão de obra para Tóquio e o alto custo de vida foram fatores considerados, mas a decisão seguiu critérios técnicos.

Outros governadores, como Masazumi Gotoda (Tokushima) e Kotaro Nagasaki (Yamanashi), também se envolveram nas discussões, buscando corrigir disparidades salariais entre regiões.

Conclusão

O aumento do salário mínimo no Japão reflete não apenas a pressão inflacionária, mas também uma estratégia política para fortalecer a economia e reduzir desigualdades regionais. A atuação dos conselhos regionais e a influência governamental mostram um cenário complexo e em transformação.

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