A História de Yuichi Okubo: Entre a Compaixão e o Crime”. “Médico condenado por atender ao pedido de morte de paciente com ELA
Em uma decisão judicial marcante em Kyoto, no dia 6 de março, Yuichi Okubo, um médico de 45 anos, foi condenado a 18 anos de prisão pelo assassinato de uma paciente de 51 anos portadora de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença sem cura. O caso, que chamou a atenção para a complexidade ética e legal do suicídio assistido no Japão, teve como base o pedido da própria vítima para que sua vida fosse encerrada.
Okubo foi acusado junto a um ex-médico de conspirar para cometer o ato em 2019, na cidade de Kyoto, sob alegação de atender ao desejo da mulher. Durante o julgamento, Okubo defendeu suas ações como uma tentativa de honrar o pedido da paciente, enquanto sua defesa argumentou que a criminalização do suicídio assistido seria inconstitucional. Por outro lado, a promotoria exigiu uma sentença mais severa de 23 anos, que também contemplava acusações relacionadas ao assassinato do pai do ex-médico.
O Tribunal Distrital de Kyoto, ao proferir a sentença no dia 5, destacou que a decisão de Okubo foi baseada em interações superficiais nas redes sociais e que o procedimento foi realizado de maneira imprudente. A corte expressou ceticismo quanto à genuinidade da intenção de Okubo em beneficiar a vítima, sugerindo que o crime foi motivado por interesses pessoais. Como resultado, Okubo recebeu uma pena de prisão de 18 anos.
Este caso não apenas trouxe à tona o debate sobre o suicídio assistido e a autonomia do paciente em situações de doenças incuráveis no Japão mas também destacou a luta dos indivíduos afetados pela ELA. Após a sentença, o pai da vítima expressou sua esperança de que o trágico destino de sua filha sirva para aumentar a conscientização sobre a ELA e apoiar aqueles que enfrentam essa difícil batalha, desejando que não surjam mais casos semelhantes.