Fabricação de Saquê: A Arte Ancestral que Encanta o Mundo. Entenda o processo único de fermentação que distingue o saquê japonês.
TÓQUIO (Kyodo) — O conhecimento e as habilidades tradicionais do Japão na produção de saquê e bebidas destiladas “shochu” estão prestes a receber um reconhecimento significativo. Um painel consultivo da UNESCO recomendou que essas práticas sejam incluídas na lista de Patrimônio Cultural Imaterial, conforme anunciado pela agência cultural do Japão. A decisão final será tomada durante a sessão do comitê intergovernamental da UNESCO, programada para ocorrer de 2 a 7 de dezembro em Assunção, Paraguai. Se aprovadas, essas tradições se tornarão a 23ª entrada do Japão na lista.
A fabricação de saquê é uma técnica ancestral que envolve a fermentação de arroz e outros ingredientes utilizando o molde “koji”. Este método é único, pois permite que múltiplas fermentações ocorram simultaneamente em um único recipiente. O secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshimasa Hayashi, expressou sua satisfação com a recomendação, destacando a importância de compartilhar a rica herança cultural do Japão com o mundo.
A indústria de bebidas tradicionais do Japão recebeu a notícia com entusiasmo, esperando que a inclusão na lista da UNESCO aumente a visibilidade e o interesse por essas práticas culturais. Hideharu Ota, presidente da Daishichi Sake Brewery Co. na província de Fukushima, descreveu a recomendação como uma honra para a fabricação de saquê no Japão. Ele espera que isso renove o interesse global pelo saquê japonês.
Genuemon Sudo, da Sudohonke Co., uma das mais antigas cervejarias de saquê do Japão, vê a recomendação como uma redescoberta da cultura tradicional japonesa. Ele espera que a listagem ajude a preservar a produção tradicional de saquê, evitando que essa prática cultural desapareça.
O Japão submeteu a candidatura da produção de saquê à UNESCO em 2022. Entre os patrimônios imateriais japoneses já reconhecidos estão as artes cênicas Noh e Kabuki, além da culinária tradicional “washoku”. Tóquio também planeja propor a caligrafia “shodo” como Patrimônio Cultural Imaterial em 2026, durante a triagem bienal de indicações da UNESCO.
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