Desigualdades no Acesso à Educação: O Dilema dos Estudantes Estrangeiros no Japão. Aborda as dificuldades enfrentadas pelos estudantes, com foco em “acesso à educação e “estudantes estrangeiros no Japão”, promovendo uma análise crítica.
De acordo com o jornal Kyodo News revela que apenas 20% das escolas públicas de ensino médio no Japão, incluindo escolas noturnas, têm cotas estabelecidas para a admissão de estudantes estrangeiros para o ano letivo que inicia em abril. Este dado surge apesar das diretrizes governamentais que incentivam a implementação de sistemas de admissão especiais para facilitar o acesso desses estudantes ao sistema educacional japonês.
Entre as 3.880 instituições avaliadas, somente cerca de 750 oferecem vagas específicas para alunos residentes estrangeiros que conseguiram aprovação através de exames de admissão especiais. A hesitação de muitas escolas em adotar tais cotas está ligada à preocupação com a capacidade de fornecer um ensino adequado do idioma japonês para estudantes de diferentes níveis de proficiência linguística e a dificuldade de encontrar intérpretes para uma ampla gama de línguas estrangeiras.
O Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Japão tem incentivado os conselhos educacionais provinciais a assegurarem que as escolas secundárias públicas acolham cidadãos estrangeiros. Isso sublinha a importância do ensino secundário superior para ampliar as oportunidades de emprego desses estudantes. No Japão, a educação obrigatória termina após o ensino médio, fazendo com que os alunos necessitem passar por exames de admissão para progredir para o ensino médio ou para escolas profissionalizantes.
A necessidade de aulas de japonês é evidente, com mais de 47.000 estudantes estrangeiros nas escolas do ensino fundamental ao médio precisando dessas aulas no ano fiscal de 2021, um aumento significativo em comparação com o ano fiscal de 2012. Apesar disso, a taxa de ingresso desses estudantes no ensino médio foi de 89,9% no ano fiscal de 2021, quase alcançando a taxa de 99,2% dos alunos japoneses do ensino fundamental.
Contudo, a taxa de abandono escolar entre estudantes estrangeiros no ensino médio é preocupante, situando-se em cerca de 5,5%, em contraste com apenas 1% entre os estudantes japoneses. Na Escola Secundária Ishigeshiho, na província de Ibaraki, onde atualmente estudam cerca de 100 alunos estrangeiros de 15 países diferentes, são oferecidas duas horas de aulas de japonês por semana para aqueles que necessitam.
A dificuldade de fornecer apoio adequado a todos os estudantes estrangeiros e o desafio contínuo de aprimorar o ensino do idioma japonês são destacados por Koji Sato, professor responsável pela orientação profissional na escola. Ele enfatiza a importância do esforço dos alunos para expandir suas opções futuras de universidades e empregos.
A escolha entre escolas secundárias públicas, privadas ou internacionais apresenta um dilema para os estudantes estrangeiros devido ao alto custo ou à distância dessas instituições. Miho Yoshida, professor especializado em sociologia da educação na Universidade de Hirosaki, ressalta a dificuldade de encontrar empregos em tempo integral no Japão para aqueles que completam apenas o ensino secundário, sublinhando a necessidade de medidas de apoio contínuo após a admissão de estudantes estrangeiros no sistema educacional.