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Medo faz com que Tokyo continue comprando compulsivamente

- 27 de março de 2020
Um comprador analisa a seção de alimentos congelados em um supermercado

Na manhã desta sexta-feira, grandes filas se formaram nos supermercados de Tokyo, enquanto os cidadãos da capital japonesa se preparavam para um fim de semana em casa, depois que a governadora da cidade pediu que permanecessem em ambientes fechados para impedir a propagação do coronavírus. 

O pedido da então governadora Yuriko Koike, foi de que as pessoas se evitassem sair de casa ou fazer atividades não-essenciais fora de suas residências.  

O pedido “urgente” levou a um novo surto de pânico, que fez com o que os moradores voltassem a comprar compulsivamente, a fim de estocar suprimentos que vão desde macarrão instantâneo, a produtos de higiene pessoal e produtos frescos, apesar dos inúmeros pedidos para evitar compras em excesso. 

Yuri Inoue, uma designer gráfica de 31 anos, disse que era uma dos “compradores de pânico”, acumulando comida pelas próximas duas semanas para amenizar as preocupações de seus pais que moram fora de Tokyo. 

“Se as lojas de conveniência e supermercados forem permanecer abertos, as pessoas poderiam manter a calma. O governo deve enfatizar esse ponto com mais força”, disse ela à Reuters. 

Em um bairro residencial, mais de uma dúzia de pessoas fizeram fila para papel higiênico em uma farmácia local. Uma delas, uma mulher idosa, apoiou-se no andador enquanto segurava uma nota de 10.000 ienes na mão. 

Por outro lado, existem pessoas que disseram que não podem evitar sair de casa durante o isolamento no final de semana.  

Este é o caso de Takahiko Nihei, um taxista que circula pela área central de Tokyo. 

“Eles dizem que temos que ficar, mas eu provavelmente acabarei saindo, caso contrário não vou ganhar dinheiro”, disse Nihei. “Se eu ficar em casa, me preocuparei com as coisas: dinheiro, vírus, a vida. Mas se eu sair, posso esquecer isso por um tempo.” 

As infecções por coronavírus aumentaram para mais de 1.400 em todo o país, com 47 mortes, excluindo as de um navio de cruzeiro que foi colocado em quarentena no mês passado. 

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