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O Desafio Crescente das Mortes Solitárias no Japão, Uma Análise Detalhada

- 14 de maio de 2024

O Silêncio Alarmante: O Aumento das Mortes Solitárias no Japão. Descubra como o fenômeno das mortes solitárias está moldando uma nova realidade social.

No Japão, um fenômeno preocupante está ganhando atenção: o aumento das mortes solitárias, especialmente entre os idosos. De janeiro a março, um levantamento revelou que 21.716 pessoas faleceram sozinhas em suas casas, com cerca de 80% desses indivíduos sendo maiores de 65 anos, conforme dados divulgados pela Agência Nacional de Polícia. Este dado alarmante sinaliza uma realidade sombria enfrentada por uma nação que vê sua população envelhecer rapidamente.

Kazuhito Shinka, um representante da Agência Nacional de Polícia, projetou que o número de idosos que morrem isoladamente em suas residências pode chegar a 68.000 por ano. Esse número inclui aqueles cujas mortes são resultado de suicídio, uma estatística que foi discutida durante uma sessão do comitê da Câmara Baixa, onde Shinka respondeu a perguntas de Akira Nagatsuma, um ex-ministro do bem-estar.

O Japão está diante de um desafio demográfico significativo, com o envelhecimento acelerado de sua população. Em 2020, os lares compostos por uma única pessoa representavam 36% do total, e a expectativa é que esse número se mantenha elevado. Além disso, a parcela da população com 65 anos ou mais era de 28,6%, um número que também tende a crescer.

Estudos do Instituto Nacional de Investigação sobre População e Segurança Social indicam que o número de idosos vivendo sozinhos pode aumentar de 7,38 milhões em 2020 para 8,87 milhões em 2030, alcançando 10,84 milhões em 2050. Esse aumento sugere que mais pessoas podem enfrentar o fim da vida em solidão, uma preocupação que não é nova no Japão.

A expressão “koritsushi” (morte isolada) se tornou comum no país após o Grande Terremoto de Hanshin em 1995, que deslocou muitos idosos de suas comunidades, levando alguns a um estado de autonegligência. Especialistas apontam que condições como demência, problemas de memória e doenças mentais podem levar a esse estado de isolamento, ressaltando a necessidade de o governo encontrar maneiras de oferecer suporte adequado a esses indivíduos.

O impacto das mortes solitárias não se limita aos que partem; afeta também vizinhos e familiares, gerando consequências socioeconômicas significativas. Um estudo de 2011 do Instituto de Investigação NLI destacou a falta de dados e definições claras sobre mortes solitárias por parte dos municípios, um problema que o governo está tentando abordar. Em agosto, foi formado um grupo de trabalho de especialistas para investigar a situação, definindo “koritsushi” como mortes onde o indivíduo falece sem cuidados e seu corpo é encontrado após um período.

Este cenário destaca a necessidade urgente de políticas e suporte social para abordar o isolamento e a vulnerabilidade dos idosos no Japão, garantindo que possam viver com dignidade até o fim de suas vidas.

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