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Mistérios do Mar, Peixe-Caracol na Trincheira Izu-Ogasawara Redefine Limites da Vida

- 8 de abril de 2024

Vida nas Profundezas: Descobertas que Ampliam Nossos Horizontes, O Peixe-Caracol e a Resiliência da Natureza.

Descobertas recentes desafiam a antiga crença científica de que peixes não poderiam sobreviver em profundidades extremas. O peixe-caracol, encontrado a 8.336 metros de profundidade na trincheira Izu-Ogasawara, sudeste do Japão, durante uma expedição em 2022, é um exemplo vívido de vida adaptando-se às condições extremas do fundo do mar. Essa descoberta reforça a ideia de que os oceanos abrigam uma biodiversidade ainda largamente desconhecida, desafiando nossas compreensões sobre os limites da vida marinha.

O fascínio pelos mistérios das profundezas é compartilhado por muitos, como evidenciado pela popularidade do Numazu Deep Sea Aquarium em Shizuoka, Japão, dedicado a espécies que habitam além de 200 metros de profundidade. Este aquário atrai visitantes curiosos para espiar através de suas janelas para um mundo normalmente invisível, onde criaturas luminosas habitam em escuridão quase total, sob pressões esmagadoras.

No entanto, o interesse humano nas profundezas do oceano não se limita à curiosidade científica ou ao lazer. A demanda por metais raros, como lítio e níquel, essenciais para a fabricação de tecnologias modernas, incluindo smartphones e baterias, tem impulsionado uma corrida para a mineração em águas profundas. O Japão, em particular, tem sido um proponente ativo dessa prática, buscando independência e segurança em suas cadeias de suprimentos de minerais. Experimentos de mineração já foram realizados, com a Organização Japonesa para Metais e Segurança Energética (JOGMEC) coletando amostras ricas em cobalto e níquel, sugerindo uma abundância de recursos no leito marinho.

Contudo, a exploração mineral em águas profundas não vem sem preocupações. Pesquisadores alertam para os potenciais impactos ambientais devastadores da mineração submarina. A perturbação de ecossistemas únicos, a destruição de fontes hidrotermais e a redução da biodiversidade marinha são apenas algumas das consequências temidas. Estudos recentes, incluindo um focado na água-viva do capacete, destacam os efeitos nocivos dos sedimentos suspensos, resultantes da mineração, sobre organismos delicados do fundo do mar. Tais atividades também ameaçam interromper comunicações bioluminescentes entre espécies, fundamentais para a sobrevivência e interação nesses ambientes escuros.

Diante desses desafios, políticos e cientistas japoneses discutem a necessidade de desenvolver regulamentações cuidadosas para a mineração em águas profundas, buscando um equilíbrio entre o aproveitamento de recursos e a preservação ambiental. Enquanto isso, a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA) avança com contratos de exploração, e o debate sobre os impactos e a viabilidade da mineração em águas profundas continua.

Essas discussões ocorrem em um momento em que alternativas aos minerais tradicionalmente usados em tecnologias estão sendo exploradas, como o desenvolvimento de baterias baseadas em sódio em vez de lítio. Essa busca por soluções sustentáveis reflete a complexidade das decisões que enfrentamos ao explorar os recursos do fundo do mar, enfatizando a importância de uma compreensão mais profunda da biodiversidade marinha e das implicações de nossas ações sobre esses ecossistemas ainda pouco conhecidos.

Portal Mundo-Nipo
Sucursal Japão – Tóquio

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